A Christian Solidarity Worldwide (CSW) foi informada de que o pastor Abdolreza “Matthias” Ali-Haghnejad, que enfrenta acusações de "Moharebeh" (guerra contra Deus), foi brevemente mantido em confinamento solitário. Enquanto isso, outro cristão, Fatemeh Torkajouri, foi julgado à revelia.
O pastor Haghnejad, líder da denominação Igreja do Irã em Karaj, é relatado ter passado uma semana no confinamento solitário de um centro de detenção do Ministério de Inteligência e Segurança Nacional (VEVAK) em Karaj, onde ele enfrentou pressão para confessar falsamente que sua igreja está envolvida em atividades políticas anti-governo. Ele foi detido inicialmente em 05 de julho, depois que forças de segurança iranianas invadiram sua casa em Karaj, e foi acusado de "Moharebeh" no dia 3 de agosto após um interrogatório de duas horas pelo juiz Mohammad Yari, da Sexta Vara do Tribunal Revolucionário.
A CSW também foi informada que o julgamento à revelia de Fatemeh Torkajouri, sob acusações de "ação contra a segurança nacional", ocorreu em Teerã no dia 6 de agosto. Um veredicto ainda está para ser emitidO.
Fatemeh Torkajouri foi presa em 18 de agosto de 2010 e passou cerca de dois meses na prisão de Evin antes de deixar o Irã em 2011. Ela é a esposa pastor Behrouz Sadegh-Khandjanida, da Igreja do Irã, que foi detido em 2010 sob acusação de blasfêmia e sofreu maus-tratos enquanto estava na prisão. Ele acabou sendo libertado sob fiança e também deixou o país em 2011.
Organizações iranianas de direitos humanos estão relatando que a Ala 350 da Prisão de Evin, a qual abrigou presos políticos, foi fechada depois de uma invasão violenta pelos serviços de segurança que ocorreu na noite de 12 de agosto. De acordo com relatos, agentes de segurança espancaram e feriram vários prisioneiros e destruíram ou confiscaram bens. Uma invasão violenta semelhante ocorreu na ala em abril de 2014.
Após o ataque recente, ex-detentos ou foram transferidos para outras alas dentro da Prisão de Evin, ou para prisões em outros lugares. Dentre esse últimos está Farshid Fathi.
O Chefe do Executivo Da CSW, Mervyn Thomas, disse: “A CSW está perturbada ao ouvir sobre o assédio contínuo ao Pastor Matthias e as pressões indevidas sendo feitas sobre a família de FatemehTorkajouri. Tentativas por parte das autoridades iranianas para justificar a acusação feita contra o pastor ao provocar uma falsa confissão apenas sublinha o fato de que a sua detenção é injustificada e injusta. Além disso, a insistência contínua do Irã em classificar o comportamento cristão anormal em termos de segurança nacional está dando origem a sentenças confusas e convolutas de legalidade questionável, por exemplo, um grupo de cristãos condenados em Shiraz em 2013 foi considerado culpado por agir contra a "segurança cultural nacional.” *Centenas de jornalistas, advogados, ativistas políticos e minorias étnicas e religiosas iranianas foram condenados a longas penas de prisão, açoites e até mesmo a execução sob acusações falsas e sem o devido processo legal, e grupos de direitos humanos iranianos recentemente identificaram seis juízes que regularmente realizam julgamentos a portas fechadas durando apenas alguns minutos e sem procedimentos legais essenciais, intimidam os réus, violam a independência judicial ao agireles mesmos como promotores e privam os prisioneiros de acesso a advogados. Pode ser o momento da comunidade internacional considerar sanções direcionadas contra juízes identificados que são considerados como tendo sido responsáveis por grandes erros judiciais que violam os princípios de um julgamento justo previsto na Constituição iraniana e em leis internacionais as quais o país seja signatário.”
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