OUÇA DIARIAMENTE GRITOS DE ALERTA

SOCIEDADE BÍBLICA


quarta-feira, 25 de agosto de 2010

lançada ofensiva para atrair voto dos evangélicos

A candidata do PV à Presidência da República, Marina Silva, tentou minimizar nesta quinta-feira, em visita a Bauru, a nova estratégia lançada pela sua campanha para atrair o voto dos evangélicos.

Antes da presidenciável chegar a um encontro de pastores, seu primeiro compromisso de campanha na cidade, uma assessora do gabinete dela no Senado identificada como Jane Maria Vilas Boas fez uma explanação aos presentes – em quase sua totalidade evangélicos – para mostrar o crescimento da candidatura entre os fieis, disputada por todos os candidatos.

Jane pediu aos presentes para popularizar as ideias de Marina entre os evangélicos. Ela citou até um site – www.redemarina.com.br – criado por apoiadores cristãos evangélicos da candidata verde.

Mesmo assim, Marina, que é membro da Igreja Assembleia de Deus, negou ser um plano do comando da campanha com o objetivo de conseguir o apoio dos fiéis.

“Da mesma forma que o Movimento Marina Silva fez uma estratégia com os jovens de ter sua mobilização, a comunidade evangélica está fazendo a mesma coisa, mas é um movimento deles, independente.”


Confrontada com as palavras da assessora, que, além de distribuir material do Senado, chegou a prometer um contato por telefone com a candidata para os pastores que conseguirem formar um grupo de 300 apoiadores, Marina se rendeu.


“Ligação [com a campanha] é claro que tem. Todos os movimentos têm”, admitiu. “É uma estratégia legítima. Não tem o aspecto conspiratório que as vezes as pessoas querem que tenha. Eu não tenho esse controle, esse poder.”
Marina ressaltou que não faz campanhas nas igrejas, mas disse que não pode impedir os fieis de fazer. “Não tenho usado os cultos para fazer campanha, mas eles democraticamente têm o direito de fazer seus movimentos.”




Casamento gay


Em entrevista à imprensa, Marina reafirmou sua posição de ser contra o casamento entre pessoas do mesmo sexo, mas negou ser homofóbica ou ter qualquer tipo de preconceito contra os gays.


“Por questões espirituais eu não defendo o casamento gay, mas defendo que os direitos civis dos homossexuais sejam protegidos. Se a comunidade gay acha que, em função das minhas convicções, é inviável votar em Marina Silva, é uma escolha democrática.”


Uso da máquina






Mesmo após admitir que uma funcionária lotada no seu gabinete no Senado participou da campanha em Bauru, Marina Silva negou o uso da máquina pública, que ela tanto critica.
Segundo a candidata do PV, a servidora chegou na quarta-feira à noite à cidade e foi embora logo cedo – pelo menos até as 10h ela permanecia em Bauru. “Ela veio aqui e já voltou para o Senado. Veio de noite, foi [embora] cedo para poder ir trabalhar.”


Ainda segundo Marina, outros dois servidores lotados no seu gabinete que participam da campanha tiveram as faltas descontadas do salário e foram exonerados.


Sobre a presença na caravana do secretário do Verde e do Meio Ambiente de São Paulo, Eduardo Jorge Martins Alves Sobrinho, em horário de trabalho, Marina deixou a resposta com o colega de partido, que desdenhou da legislação eleitoral.


“Eu trabalho quase 20 horas por dia, todos os dias, inclusive sábado e domingo. Então, a rigor, a prefeitura está me devendo uns dez anos de trabalho”, respondeu.


Paz e amor


Após fazer duras críticas ao PT e ao PSDB durante o encontro com os pastores, a presidenciável do Partido Verde foi muito mais econômica nos ataques na entrevista coletiva à tarde.
Após inaugurar mais uma “Casa de Marina” – na verdade um apartamento que servirá como base eleitoral da candidata em Bauru –, Marina manteve a tática de poupar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.


"Eu acho que o eleitor é muito mais hábil e inteligente do que as pessoas imaginam. Eu não tenho essa ansiedade tóxica de ficar mostrando o tempo todo o que o fulano fez de errado. Eu quero fazer a crítica legítima naquilo que precisa ser corrigida e honesta e justa para reconhecer todos os ganhos.”


Provocada em seguir a dizer se aprova o governo Lula, saiu pela tangente.


“Você coloca as coisas sempre nos extremos. Eu nem sou a opositora que joga tudo na lata do lixo e nem a continuadora que em nome dos acertos corre o risco da complacência com os desafios que ainda não foram alcançados e com os erros que ainda não foram reparados.”




Programas sociais


Marina disse que pretende integrar os programas sociais e fazer uma melhor gestão. “Temos bons programas, mas eles estão pulverizados, desintegrados. Vamos fazer um sistema de gestão adequado, vamos otimizar os recursos, avaliar esses programas para que eles tenham cada vez mais eficiência e evitar o desperdício, inclusive da nossa mão de obra.”


Um dos erros do governo, segundo ela, foi não regulamentar a chamada Emenda 29, que obriga a União e os Estados investir um percentual mínimo em saúde e prometeu, caso seja eleita, assumir a responsabilidade.


“[O governo] pecou muito quando não se esforçou para regulamentar a Emenda 29. Lamentavelmente, acho que essa história de regulamentação foi uma medida protelatória dos governos estaduais e do governo federal. Nós vamos trabalhar para que a emenda seja aprovada no Congresso, mas independentemente de sê-lo, a União, progressivamente, vai se responsabilizar da sua parte.”




Eleitorado


A presidenciável disse ainda que não tem uma estratégia traçada para atrair os eleitores e subir nas pesquisas – hoje ela está em terceiro lugar, muito atrás de José Serra (PSDB) e Dilma Rousseff (PT).


“Vou Conversar com as pessoas, apresentar as nossas propostas, mostrar o que de bom tem no Brasil. A minha estratégia é uma estratégia verdadeira e em tempo real.”




Debates


Sobre os debates na televisão – o primeiro está marcado para o dia 5, na rede Bandeirantes –, Marina afirmou que quer discutir propostasm e não vai baixar o nível com ataques e acusações.


“Vou considerar todos os candidatos. Vou dialogar, vou perguntar, quero ser perguntada, vou ter uma atitude respeitosa. Eu espero que o debate sirva para que a gente possa engrandecer a democracia.”



Nenhum comentário: