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segunda-feira, 25 de abril de 2011

Milhões de ortodoxos russos celebram domingo da Ressurreição

Milhões de ortodoxos russos celebram neste domingo a Ressurreição com grandes atos religiosos em toda a Rússia, incluindo a participação das minorias católicas e muçulmanas, e ainda dos ateus.

"Sempre celebramos a Páscoa, mesmo quando era proibido pelas autoridades soviéticas. É preciso acreditar em algo. Alguns são fiéis fanáticos e outros, como eu, mais tranquilos", afirmou à Agência Efe Valentina, de 55 anos.

O patriarca da Igreja Ortodoxa Russa (IOR), Kirill, oficiou nesta madrugada na majestosa catedral do Cristo Salvador de Moscou a tradicional liturgia de Páscoa diante da presença de milhares de pessoas, dentro e fora do maior templo da Rússia.

Kirill felicitou a Páscoa aos fiéis ortodoxos de todo o espaço pós-soviético, em particular os russos, ucranianos, bielorrussos e moldávios, e os do resto do mundo. Pediu a todos que façam o bem e ajudem aos pobres.

"Que a lembrança da Páscoa reforce nossa fé e nos dê coragem e sabedoria para superar os tortuosos caminhos da vida", indicou o líder da IOR, ao qual pertence à maior parte dos 250 milhões de fiéis ortodoxos existentes no mundo.

De fato, neste domingo ocorrerão atos eclesiásticos em 30 mil igrejas ortodoxas do mundo, dos Estados Unidos à Argentina, do Japão à Austrália e da Coreia do Norte a Cuba. O tempo de Havana foi consagrado por Kirill em 2008.

"Deus não nos pede o impossível. Fazei o bem a quem está perto e a quem está longe. Não respondei com rudeza às grosserias, nem com maldade às maldades, nem com mentira às mentiras", proclamou Kirill, segundo as agências russas.

O momento máximo da liturgia da Páscoa ortodoxa foi quando o patriarca desceu do altar para acender com o "fogo sagrado" trazido de Jerusalém as milhares de velas levadas pelos fiéis à catedral para comemorar o milagre da Ressurreição de Cristo.

Como é habitual, ao templo acudiram o presidente, Dmitri Medvedev, e o primeiro-ministro, Vladimir Putin, sob cujo mandato os ortodoxos russos recuperaram muitos dos privilégios que foram retirados durante o comunismo.

"A Páscoa une milhões de fiéis ortodoxos de todo o mundo", assinala a mensagem de Medvedev, quem foi batizado já adulto e defendeu por reforçar a cooperação entre o Estado e a Igreja para garantir a união nacional.

Pelas pesquisas, 90% dos russos lembram a Páscoa, seja indo à igreja ou aos cemitérios para honrar os familiares mortos, ou preparando o banquete de Páscoa, no qual as estrelas são os ovos cozidos e pintados de diferentes cores, atividade na qual participam as crianças.

Outro manjar da Páscoa é o "kulich" ou pão de Páscoa, uma espécie de bolo com frutas que às vezes leva a inscrição "Khristos voskres" (Cristo ressuscitou) e que deve ser benzido e é comido acompanhado de requeijão.

CULTURA E FAMÍLIA

De fato, muitos muçulmanos e ateus russos também celebram a Páscoa, embora não a partir do ponto de visto religioso, mas em sua vertente cultural e familiar.

Só em Moscou mais de 500 mil pessoas participaram no sábado até altas horas da madrugada de diferentes atos religiosos realizados nos 278 templos e mosteiros da cidade.

As autoridades russas reforçaram neste fim de semana a segurança em igrejas e cemitérios de todo o país, diante de informações de que o país poderia ser alvo de atentados terroristas.

Segundo fontes municipais, espera-se que 2 milhões de pessoas visitem nestes dias dezenas de cemitérios existentes na capital e nos arredores.

Entre outras medidas, foi fechado o acesso de carros aos cemitérios, interrompido o trânsito nas ruas adjacentes e proibida a venda de álcool nas imediações.

A Páscoa é comemorada também no espaço. Os três cosmonautas russos da Estação Espacial Internacional celebraram a data, embora sem o consumo de álcool, terminantemente proibido na plataforma orbital.

Embora a Constituição estipule que a Rússia é um Estado aconfessional, a fé ortodoxa é de fato a religião estatal, enquanto os outros credos oficiais --islamismo, judaísmo e budismo --são minoritários, da mesma forma que o catolicismo, que é seguido por 600 mil pessoas.

Metade dos russos se declara fiel ortodoxo, embora menos de um quarto vá à igreja com assiduidade.

Fonte: Folha Online

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