A depressão, um dos mais comuns transtornos mentais, resulta, muitas vezes, em incapacidade funcional. Um estudo brasileiro avalia se ela é mais frequente nas mulheres.
Os transtornos mentais afetam 25% da população em alguma fase da vida, representando quatro das dez principais causas de incapacidade em todo o mundo. Os distúrbios mais comuns são transtornos depressivos, transtornos de uso de substâncias químicas e esquizofrenia. Segundo alguns autores, a depressão deverá ser a segunda doença mais comum no ano de 2020, sendo superada apenas pelas doenças cardíacas. E as mulheres são mais susceptíveis de apresentarem o problema. Um estudo nacional investigou a prevalência de sintomas depressivos e dos fatores associados em uma população adulta do sul do Brasil.
O estudo de base populacional incluiu 972 indivíduos, de ambos os sexos, com idades entre 20 e 69 anos, moradores na zona urbana de Pelotas, no Rio Grande do Sul. Entre os resultados mais importantes destacam-se as altas prevalências dos sintomas depressivos tristeza, ansiedade, falta de energia, falta de disposição, pensar no passado e preferir ficar em casa, que variaram de 30% a 57%. Em acordo com dados de pesquisas prévias, nacionais e internacionais, observou-se que os indivíduos do sexo feminino, idade avançada, hábito de fumar e obesidade são fatores que se associam à maioria dos sintomas depressivos.
O maior risco de sintomas depressivos no sexo feminino, já a partir da adolescência, é um fenômeno bastante conhecido. E a explicação não está no fato de que a depressão é mais diagnosticada em mulheres porque elas procuram mais os serviços de saúde. Neste estudo nacional, por exemplo, as entrevistas foram feitas nos domicílios da comunidade. Talvez, a explicação esteja mesmo nas questões socioculturais, relacionadas com as experiências adversas e atributos psicológicos e fisiológicos associados com maior vulnerabilidade a eventos estressantes. Ou seja, é determinado por aspectos psicológicos e biológicos que se mesclam na gênese da depressão feminina.
Mas é justamente este reconhecimento que pode permitir o diagnóstico precoce e a adoção de medidas eficazes, preventivas e terapêuticas. E para quem considera isso uma desvalorização, vale lembrar que no caso da depressão, não se trata de ser pior que os homens, mas sim, de serem diferentes.
Fonte: UOL
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