Centro Municipal de Saúde Professor Manoel de Abreu em Santíssimo na Zona Oeste do Rio de Janeiro foi abandonado pelo Prefeito Eduardo Paes
Não bastasse o momento delicado que passa o Centro Municipal de Saúde Professor Manoel de Abreu, sofrendo o descaso e o abandono por parte das autoridades de saúde, deixando a população de Santíssimo sem atendimento médico ou com atendimento precário, com deficiência de médicos e profissionais de saúde em seu quadro de funcionários, a farmácia trabalhando com apenas 45% do estoque de medicamentos necessários ao atendimento à população, obras que já duram dois anos, prejudicando o bom atendimento ao cidadão, e muitas vezes inviabilizando setores da unidade de funcionar, por conta da presença de trabalhadores quebrando piso, virando massa, num entra e sai de material, com a população e os servidores sendo obrigados a respirar poeira de cimento, trazendo transtornos ainda maiores do que o cidadão já vem enfrentando na unidade.
E tudo isto por conta da correria para reinaugurar a unidade em ano eleitoral, o centro de saúde vem sendo vítima de uma enxurrada de denuncias por parte da população que já não aguenta mais tanto descaso e a irresponsabilidade das autoridades de saúde, que fingem nada ver.
O grau de insatisfação da população e dos servidores é muito grande.
Insatisfação com as péssimas condições de trabalho, que poderiam ser evitadas se o planejamento não tivesse equivocado. Insatisfação da população de Santíssimo pelo abandono da unidade, que está sem médico há dois anos. Os que deixaram a unidade não foram substituídos. O Programa saúde da família não engrenou, ficou estagnado em apenas uma equipe completa. Deixando claro que a organização social responsável pela gestão do programa na unidade, está pouco se lixando para o atendimento ao cidadão; mas, o investimento da prefeitura pelo contrato firmado, eles estão recebendo. E porque já dura dois anos está precariedade? O que está acontecendo? Será que a secretaria de saúde não está cobrando dessas OSs os resultados pactuados na carteira de saúde?
Porque a secretaria de saúde não consegue alocar médicos na unidade? O que está acontecendo de verdade? Porque a coordenação de apoio da área não cobra da Organização social uma resposta imediata para o problema? Vocês estão me entendendo? Estas questões precisam ser esclarecidas pelas autoridades de saúde do município. Não basta sair inaugurando freneticamente pelos quatro cantos do Rio de Janeiro, instalações de saúde para prestar serviços de saúde à população, quando determinadas unidades da zona oeste estão em estado precário de atendimento.
As autoridades de saúde do município precisam dar uma resposta urgente ao cidadão que reside em Santíssimo, em Campo Grande, em Santa Cruz, em Padre Miguel, Realengo, Bangu, áreas com situação crítica de atendimento ao cidadão.
É lamentável em tempos tão modernos, onde convivemos diariamente com tecnologias de ponta e ferramentas de gestão e solução de problemas tão avançadas, pessoas a quem se confiou os serviços de saúde à população, não conseguirem expressar resultados convincentes. E a população dessas áreas, já tão carentes de serviços, sofrerem por não ter médicos suficientes para o atendimento, não encontrarem os remédios necessários ao tratamento de doenças crônicas, como hipertensão e diabetes, nessas unidades.
Qualquer pessoas com um mínimo de entendimento, perguntaria: Para onde estão indo os 20 bilhões de orçamento da prefeitura? Se tem orçamento para construir uma porção de novas instalações e reformar outras, porque não tem orçamento para pagar um salário decente a um médico, enfermeiro, profissionais de saúde, para prestar serviços à população? Porque existe orçamento para pagar a contratação de uma empresa privada para prestar serviços de gestão e atendimento de saúde a população, e não tem orçamento para contratar servidores públicos para prestar esses mesmos serviços? Que tipo de gestão é esta? Que tipo de política de saúde é esta?
Que tipo de gestão é esta, que permitiu o Centro Municipal de Saúde Professor Manoel de Abreu e outras unidades da zona oeste do Rio de Janeiro, chegar nestas condições?
Que tipo de gestão é esta que deixou o barco à deriva e pessoas que deveriam assumir o compromisso estatutário de prestar serviços ao cidadão, simplesmente afrontarem a lei e os colegas de trabalho?
Nosso país vive um momento importante na sua história. A corrupção e o descaso com a coisa pública está sendo combatida pela sociedade civil organizada, pela população de usuários dos serviços públicos, pelos servidores e pelos órgãos competentes. As ouvidorias, o Ministério público Federal, o disque denúncia, estão sempre prontos a receber as reclamações da população, investigar e punir na forma da lei os culpados.
É tão verdade isto, que recentemente, com as diversas manifestações no combate contra a corrupção dentro das três esferas governamentais, promovidos por segmentos organizados da sociedade, sete ministros de estado da presidenta Dilma Rousseff foram demitidos e responderão por corrupção; senadores, deputados e vereadores tiveram seus mandatos cassados, e um juiz federal do Mato Grosso, sugeriu ao STF a criação de um presídio só para corruptos. A criação do “ficha limpa” foi outro avanço. Não podemos mais conviver com a corrupção e o descaso com a coisa pública. Precisamos combater os desvios de conduta, punir seus responsáveis na forma da lei, e não permitir que servidores públicos no exercício de suas atividades sejam levianos com a população e os próprios colegas de trabalho.
Sabemos que chegará o dia em que as obras terminarão, o centro de saúde estará pronto para ser reinaugurado, médicos para atender a população, desvios de conduta de servidores corrigidos, conflitos com o cidadão acabados. Esta é a nossa esperança e estamos aguardando medidas imediatas das autoridades de saúde para dar um basta neste tudo e colocar a ordem na casa.
Saiba o seu prefeito Eduardo Paes e o Secretário de Saúde, que a mácula ficou, a população de Santíssimo dará uma resposta nas urnas. Será muito difícil o atual prefeito conquistar sua reeleição com os problemas que foram criados. Faltam menos de um ano para o pleito de 2012, o cidadão eleitor não é tão desmemoriado ao ponto de votar a favor dessa gestão atual.
Eu só espero que as coisas que estão sendo analisadas pelas autoridades de saúde não acabem em “pizza”. Não sejam ignoradas. Mas, que haja uma resposta que traga alívio à população e aos servidores que estão compromissados com o serviço de atendimento ao cidadão.
Que o Centro Municipal de Saúde Professor Manoel de Abreu volte a ser a unidade que sempre foi na região: Uma referência de atendimento ao cidadão! Uma das melhores unidades de saúde da coordenação de área de Campo Grande.
Vieira
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