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segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Pinóquio e os políticos brasileiros


Politico brasileiro é apelidado de tanta coisa, muitas hilárias outras nem tanto. Mas quando se pensa em politico brasileiro a primeira imagem que vem a cabeça é o personagem Pinóquio. Uma criança de madeira que foi fabricado por seu pai Gepeto. O velho marceneiro por se sentir só e às vezes triste, decide por criar Pinóquio. O boneco ficou muito bem feito e todos os dias Gepeto conversava com sua criação como se ela fosse realmente um menino e que pudesse lhe ouvir, a fada azul vendo o entusiasmo de Gepeto decidiu dar vida ao boneco. Que passou a falar, e em certa situação mentiu para a fada azul e seu nariz dobrou de tamanho, e ele ficou sabendo que toda vez que mentisse seu nariz aumentaria de tamanho. Como o personagem criado por Carlos Collodi passou a ser o ícone da mentira, todos passaram a identificar o ilustre politico brasileiro com o Pinóquio.

Mas, chamar Pinóquio de mentiroso é no mínimo uma falta de compreensão filosófica da historia contada por Carlos Collodi, que transformou seu personagem feito de madeira em um ser que conta verdades a todos com quem tem contato. Sim! Verdades! Porque ele nunca consegue mentir de fato, seu nariz o denuncia e logo surge a verdade. Pior chamar os políticos brasileiros de Pinóquio, pois esses nunca tiveram o nariz crescendo quando mentem e tudo o que fazem é contar meias verdades. Uma meia verdade é uma verdade contada até o ponto que é conveniente para aquele que a profere. Vamos entender as meias verdade. São como textos que alguém ler só até a metade porque o restante não concorda com a opinião do leitor. As meias verdades as vezes se limitam a frases curtas e que todo mundo já ouviu um dia.

Essas frases são chamadas de demagogas ou de frases de efeito ou, ainda, de “encher linguiça”. As frases mais usadas são: “estamos investigando” quando o politico é pressionado a resolver um problema relacionado aos seus subordinados; “isso é coisa da oposição”, quando quer justificar sua má administração; “minha preocupação é com o povo”, quando está em campanha eleitoral ou quando quer tomar o lugar do “pai dos pobres”; “sempre fizemos o melhor que pudemos”, essa sempre me fez querer o restante dela porque é uma frase incompleta por ser comprometedora. Se o político não fosse mentiroso ele diria: “sempre fizemos o melhor que pudemos” pelos nossos capachos, parentes, aderentes, correligionários e pela minha feliz aposentadoria. Além dessas já citadas tem uma que é um disfarce da incompetência. Espera aí! Além de ser confundido com Pinóquio, o politico brasileiro é também confundido como incompetente? Não é bem assim, Pinóquio além de ter sido mal entendido em suas falas também o foi em suas ações, o boneco de madeira falante era também incompetente porque não conseguia seguir as regras para se tornar uma criança de carne e osso, e só nas ultimas consequências conseguiu ter uma atitude descente e merecedora da bondade da fada azul que o transformou em gente.

É claro que a fada azul não vai colocar um grilo moralmente correto e falante ao lado dos nossos políticos, pois ela não vota por ser uma personagens ficcional, e do lado de nossos políticos tem sempre um bajulador que é leal, deita quando mandam, rolam e até fingem de morto, certamente o grilo não teria vez com tanto bajulador que vivem como carrapatos no couro dos políticos.

Pinóquio teve uma atitude louvável e humana, por isso ganhou o perdão e a condição de se tornar humano. Nossos políticos são tão humanos com eles mesmos que não trabalham debaixo do sol torrencial, não recebem salario mínimo, tem direito de aumentar seus salários por conta própria, podem empregar pessoas de suas estimas e até viajam de férias para a Europa com a família. São tão competentes que mudam de partido quando a coisa aperta, quando a popularidade cai, quando não é mais o seu partido que está no poder. São tão competentes com o futuro que não fazem nada de importante para poderem alegar que o tempo foi muito curto e que é preciso voltar para sua cadeira para continuar a realizar o que haviam prometido há quatro anos. Abro um parêntese sobre a palavra importante, importante para um político não é fazer o que prometeu em palanque é viajar e fazer barulho por nada na plenária. Dizer muito sem dizer nada é uma das habilidades dos políticos brasileiros.

Fica então entendido que de hoje em diante não podemos mais desonrar o Pinóquio chamando-o de mentiroso, e tão pouco honrar os políticos brasileiros confundindo-os com o menino de madeira que no final da historia aprendeu a lição e ganhou o premio de se tornar de carne e osso. Afinal, os políticos brasileiros nunca tiveram lição nenhuma para aprender algum conceito moral e sendo assim não podem ganhar premio nenhum. Infelizmente teremos que continuar esperando que os políticos brasileiros tenham vergonha na cara que um dia teve Pinóquio, o menino da cara de pau.

VIA JORNAL IMPACTO REAL
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