A seita radical islâmica Boko Haram tem feito ataques constantes aos cristãos na Nigéria. Domingo passado, uma van carregada de explosivos explodiu em frente à sede da Igreja de Cristo, matando três pessoas e ferindo cerca de 40.
Esse atentado suicida foi mais um na série de ataques recentes do grupo contra cristãos no norte da Nigéria. Estima-se mais de 200 pessoas já morreram vítimas de ataques atribuídos a Boko Haram somente este ano. Desde o Natal de 2011 os ataques vêm se intensificando.
“Nós atacamos simplesmente porque é uma igreja, e podemos decidir atacar qualquer igreja. Estamos apenas começamos”, declarou um “porta-voz” do grupo, Abul Qaqa, durante uma entrevista coletiva à imprensa.
A polícia e os serviços de segurança também foram alvos da crescente violência da Boko Haram, que tem feito ataques quase diários no norte do Nigéria. O desejo da seita é a instauração da sharia (lei islâmica) no país.
O problema é que desta vez os cristãos regiram e estima-se que pelo menos seis muçulmanos foram mortos por espancamento.
Alguns analistas afirmam que a escolha da Boko Haram em atacar primordialmente alvos cristãos é motivada pela percepção do domínio político cristão no centro do país. Outros admitem que o grupo está usando a disputa já existente entre religiões para desestabilizar o país mais populoso da África.
A cidade de Jos, na região centro-norte da Nigéria, é um dos pontos com as maiores tensões religiosas. Jos é capital do Estado do Plateau, localizado numa região onde se cruzam o norte (de maioria muçulmana) e o sul (de maioria cristã).
O choque entre fiéis das duas religiões provocou milhares de mortos durante a última década. De acordo com a organização Human Rights Watch, os militantes já mataram cerca de mil pessoas em toda a Nigéria, na sua grande maioria cristãos.
Os líderes cristãos do país tem pedido que não haja retaliação nem desejo de vingança, pois não é esse o principio do cristianismo. Mesmo assim, existem grupos cristãos que afirmam estar apenas se defendendo, mas não se importam em matar muçulmanos se for “necessário”. Os esforços do governo não têm se mostrado eficazes e teme-se que o país possa viver em breve uma guerra civil.
O Boko Haram, que até pouco tempo atrás era visto como um grupo de fanáticos, que viviam da selva armados com arcos e flechas envenenadas, chegou a 10.000 membros, estima o governo. Os relatórios de inteligência indicam que a rede al Qaeda treinou o grupo para preparar carros-bombas e fazer granadas usando de latas de leite condensado e outros explosivos improvisados.
Com informações Folha e Voa News
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