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quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Ministra reacende discussão sobre legalização do aborto no Brasil

Eleonora Menecucci afirma que vai defender a liberação do aborto no Brasil enquanto estiver no cargo.

Praticamente adormecido desde a eleição presidencial de 2010, o tema da legalização do aborto no Brasil voltou à tona ontem, com a declaração da nova ministra da Secretaria de Políticas para as Mulheres, Eleonora Menecucci. Na posse, ela prometeu defender a liberação do aborto enquanto estiver à frente da Secretaria. Eleonora faz parte de um grupo de estudos que discute o tema e afirmou ter abortado duas vezes.

Seguindo a linha anunciada diversas vezes pela Igreja Católica, o padre Beto, de Jaraguá do Sul, diz ser totalmente contra a prática do aborto e não acredita que a legalização seria a solução para o problema. “O governo quer esconder um problema que existe, que são as clínicas clandestinas, é uma solução simples para um problema complexo”, critica o pároco. Padre Beto ainda rebate um dos argumentos de quem defende a legalização: “a mulher é dona do corpo, mas o feto também é um corpo e está dentro da mulher”. Em caso de estupro, por exemplo, o religioso defende que seja punido o estuprador e não o feto, “que é tão vítima quanto a mãe”.

A antropóloga Maria Elisa Máximo vai na contramão do pensamento religioso e defende a legalização e descriminalização do aborto. A estudiosa acredita que os moldes para como isso deve ser feito ainda precisam ser discutidos e devem considerar as particularidades de cada contexto e região do país. “Pensar em aborto legal não é pensar numa clínica onde a mulher chega, diz que quer abortar e um médico faz. Tem que ter credenciamentos de médicos que realizam o aborto, acompanhamento psicológico, atendimento pós-aborto”, sugere Máximo. Para que o assunto passe a ser tratado de forma mais clara, a antropóloga diz que é necessário muito debate e conscientização após a aprovação da lei. “Existe muito preconceito e muita interferência religiosa. Uma vez legalizado, o debate é uma consequência natural ou esperada”, ressalta.

Com o trauma de ter visto três mulheres morrerem em consequência de abortos realizados em clínicas clandestinas, o ginecologista Antonio Beleza Filho não se diz contra nem a favor da legalização do aborto. Ele defende que em caso de aprovação da proposta de descriminalização, o Estado precisa dar todo o suporte técnico para que isso aconteça, como é o caso dos países em que o aborto é legal. “Muitas mulheres ainda morrem por isso, principalmente em locais localizados mais no interior”, comenta. De acordo com o médico, se o aborto for feito de forma correta e com todos os cuidados, não há riscos para as mulheres.

Fonte: Correio do Povo

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