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SOCIEDADE BÍBLICA


sábado, 8 de outubro de 2011

OS EVANGÉLICOS E A MAÇONARIA






Participo neste ciclo de conferências a título pessoal e não em representação dos evangélicos, dos quais, obviamente, não tenho nenhuma procuração.
O tema é desafiador e a bibliografia existente em português não é muito vasta, embora o mesmo já não se possa dizer do que acontece em língua inglesa.
Não nos é possível definir uma posição única a respeito dos evangélicos porque existem atitudes diferentes. Existem inclusivamente líderes que pertencem à maçonaria e outros que consideram que as bases doutrinárias não se coadunam com os princípios do cristianismo bíblico.

A maçonaria é um enigma para o povo evangélico. Sendo maior do que todas as outras sociedades secretas juntas, a maçonaria tem uma longa história entrelaçada com o protestantismo – especialmente na Grã-Bretanha, na Europa, nos Estados Unidos e no Brasil. (Maçonaria e Fé Cristã; J. Scott Horrell; Mundo Cristão; pp. 19)

Outro facto também é que milhares de pastores e leigos evangélicos ao redor do mundo fazem parte das lojas maçónicas. (Maçonaria e Fé Cristã; J. Scott Horrell; Mundo Cristão; pp. 22)

Por outro lado, conforme outros sustentam, a maçonaria, apesar de se denominar não-religiosa, divulga uma filosofia em última análise anticristã. Subjacente à irmandade e aos esforços de caridade, existe um programa escondido advogando uma religião sincretista, negando a pessoa divina e a obra salvífica de Jesus Cristo e mantendo elos sinistros com o ocultismo. (Maçonaria e Fé Cristã; J. Scott Horrell; Mundo Cristão; pp. 23)

Ironicamente, o estudo (em 1993) da maior denominação evangélica dos Estados Unidos, a Convenção Baptista do Sul, com alto índice de membros maçónicos – embora tenha alistado vários perigos da maçonaria –, chegou à conclusão de que cada membro está livre para seguir sua própria convicção quanto à Loja. (Maçonaria e Fé Cristã; J. Scott Horrell; Mundo Cristão; pp. 27)

É necessário também aqui salvaguardar o aspecto de que, ao que nos foi dado constatar, existirem diferenças significativas, entre as várias lojas maçónicas. No entanto o carácter mais ou menos fechado e secreto da organização nos dificulte a efectiva definição do seu corpo ideológico. E por outro lado se poderemos ou não considerar e incluir a maçonaria no rol das religiões e da espiritualidade.

De acordo com o respeitado escritor maçom Alphonse Cerza, não existe uma autoridade final na maçonaria. “Os antimaçons têm dificuldade em entender que a maçonaria não possui uma ‘voz oficial’ e que a liberdade de pensamento e expressão é um dos princípios essenciais da Ordem”. (Maçonaria e Fé Cristã; J. Scott Horrell; Mundo Cristão; pp. 47)

A maioria dos escritores da loja admite que a maçonaria é, na verdade, uma religião. Não uma religião formal, mas com uma estrutura filosófico-ideológico-religiosa. No seu dicionário maçónico, Robert Macoy explica:
A ideia maçónica é que a religião é absoluta, eterna e imutável; que não é um dogma, ou colecção de dogmas, mas uma reverência e humildade diante das ideias de Infinitude e de Eternidade (...) As ideias de Deus, de retribuição, a vida vindoura – esses grandes factos da religião não pertencem a uma só seita ou partido; constituem o fundamento de todos os credos. Religião (...) é o mesmo ontem, hoje e para sempre. O sectarismo é apenas a estrutura material, mutável e falível. (Maçonaria e Fé Cristã; J. Scott Horrell; Mundo Cristão; pp. 57)

Considerado por muitos o maior arquitecto da maçonaria moderna, Albert Mackey disse o seguinte:
A maçonaria pode correctamente designar-se uma instituição religiosa (...) Veja seus antigos landmarks, suas cerimónias sublimes, seus profundos símbolos e alegorias – todos inculcando doutrina religiosa e a verdade religiosa. Quem pode negar que ela e eminentemente uma instituição religiosa? (...) Abrimos e fechamos nossas lojas com oração; invocamos a benção do Altíssimo nossos neófitos uma profissão de fé confiante na existência e no cuidado providencial de Deus.
(Maçonaria e Fé Cristã; J. Scott Horrell; Mundo Cristão; pp. 58)

Rizzardo da Camino, no Dicionário Maçónico, declara abertamente: “A Maçonaria é uma Religião, no sentido estrito do vocábulo, isto é, na ‘Harmonização’ da criatura ao Criador. É a Religião sic Maior e Universal.” (Maçonaria e Fé Cristã; J. Scott Horrell; Mundo Cristão; pp. 58)

Tendo defendido a maçonaria como religião, o próprio Albert Mackey declara em termos enfáticos: “a religião da maçonaria não é o cristianismo”. (Maçonaria e Fé Cristã; J. Scott Horrell; Mundo Cristão; pp. 59)

Convém dizer também logo na introdução que são sintomáticas algumas referencias ao apoio dado pela maçonaria e pelos maçons à liberdade religiosa e, inclusivamente, à defesa dos direitos das minorias evangélicas, por exemplo no Brasil.

A franco-maçonaria se apresenta como uma amiga das igrejas, com um histórico de pastores (e até de padres) participantes inclusive dos graus mais avançados. Na história evangélica, houve várias ocasiões em que a maçonaria protegeu certos missionários e pastores – alguns longe de serem maçons – contra a hostilidade e agressão da Igreja Católica. Por outro lado, os testemunhos não são poucos de pastores evangélicos não maçónicos discriminados nas suas denominações e, em alguns casos, ameaçados de várias retaliações (até de morte) por maçons de sua região. (Maçonaria e Fé Cristã; J. Scott Horrell; Mundo Cristão; pp. 14)

Muitos cristãos no Brasil apoiam a fraternidade, relembrando a sua protecção e apoio aos pioneiros protestantes. Outros discordam, talvez por ouvirem a respeito dos horríveis votos nos rituais maçónicos, ou porque sua igreja é contra, ou ainda porque dizem tratar-se de uma élite política e poderosa que explora o povo. (Maçonaria e Fé Cristã; J. Scott Horrell; Mundo Cristão; pp. 15)

Com sua filosofia de religião aberta (sendo, conforme certos estudiosos, anticatólica), a maçonaria brasileira facilitou, em alguns casos, a entrada de missionários evangélicos no país. Como observado anteriormente, houve dezenas de ocasiões em que a loja maçónica até apoiava e protegia pastores evangélicos dos ataques da Igreja Católica. O famoso hinólogo, o judeu convertido Salomão Ginsburg, conta, na sua autobiografia, como os maçons o salvaram, em várias ocasiões, de oposições e dificuldades. Tácito da Gama comenta: “Ginsburg era maçom e isto lhe valeu como protecção de muitos perigos e perseguições, pois o inimigo de ambos era comum: o catolicismo.” Outras vezes, pelo menos no nível individual, a fraternidade maçónica ajudou a financiar a construção de templos evangélicos, alguns até com aparência muito semelhante à dos templos maçónicos. (Maçonaria e Fé Cristã; J. Scott Horrell; Mundo Cristão; pp. 38)

Da investigação realizada considero que os aspectos mais relevantes no confronto com a maçonaria são: A BÍBLIA, DEUS, JESUS CRISTO, A SALVAÇÃO E A VIDA VINDOURA.
Desde já pedimos desculpa se porventura alguma das nossas afirmações ferir ou não concordar com a ideologia maçónica, se ela de facto existe. As nossas declarações estão na medida do possível apoiadas na bibliografia escassa disponível, mas estamos sempre a tempo de revermos as nossas ideias.

A BÍBLIA
Segundo o que lemos a maçonaria não atribui nenhum valor de revelação especial à Bíblia, nem a considera enquanto revelação da parte de Deus à humanidade, embora a respeite e considere como referência ao conceito do sagrado comum a todo o ser humano e que pode ser interpretado única e exclusivamente a partir do homem na diversidade própria de cada cultura.
Distancia-se assim da convicção que os cristãos nutrem pela Bíblia a qual é considerada como livro de inspiração divina, escrita por homens mas transportando o pensamento de Deus, reportando-se a acontecimentos da história dos homens, mas vistos e interpretados pela perspectiva do Criador.

Quando a Bíblia se intitula “inspirada”, significa que tem em suas páginas o próprio sopro, a própria palavra de Deus. Ela é a Palavra de Deus quando você a lê; ela é a palavra de Deus quando fica na prateleira; ela é a Palavra de Deus quando você gosta e quando não gosta dela; ela é a Palavra de Deus quando você precisa dela; ela é a Palavra de Deus quando você não a quer. A Bíblia é o “hálito” das palavras do próprio Deus.
(...) Quando você abre a Bíblia, encontra o sopro do próprio Deus registado sobre as páginas.
(EVANS, Tony. Deus é Tremendo. Vida, pp. 195)

A Bíblia também é única porque foi compilada no decorrer de mil e seiscentos anos, por mais de quarenta homens, todos com experiências de vida diferentes: pescadores, cobradores de impostos, profetas, políticos e até mesmo um médico. Eles escreveram sessenta e seis livros distintos que formaram esse grande livro. O espantoso é que todos esses autores, através de todos esses anos, transmitiram uma única mensagem consistente.
(EVANS, Tony. Deus é Tremendo. Vida, pp. 195)

A Bíblia é a verdade, a verdade absoluta. Ela é a verdade em todas as suas partes, e se você não conhecer a Bíblia e não estiver pronto a obedecer-lhe, não se beneficiará da verdade. Mas isso não faz com que a Bíblia deixe de dizer a verdade.
(EVANS, Tony. Deus é Tremendo. Vida, pp. 202)

A Bíblia é absolutamente verdadeira. Não é um livro científico, mas sempre que fala cientificamente, fala perfeitamente. Não é apenas um livro de história, mas sempre que fala historicamente, fala perfeitamente.
(EVANS, Tony. Deus é Tremendo. Vida, pp. 202)

Os cristãos evangélicos consideram a Bíblia como o único livro no qual Deus revela a Sua natureza, e o Seu plano e propósito relativamente à humanidade, desvendando diante dos nossos olhos a condição do homem na criação, a depravação geral que ocorreu com a queda, a redenção operada através da encarnação, morte e ressurreição de Jesus Cristo, a nova criação e a vida eterna.
Neste aspecto apesar de todo o respeito que nutrimos pelas restantes religiões e pelos seus livros sagrados consideramos que a Bíblia apresenta diferenças que não podemos deixar de registar e a partir daí salientar a sua exclusividade e singularidade. Sabemos de antemão que esta não é uma posição popular, mas não podemos trair a nossa convicção e integridade intelectual. Esta nossa posição não pode ser lida como intolerância, porque também não podemos ter da tolerância a ideia de que temos de concordar e aceitar como divino tudo o que tem esse rótulo. Consideramos antes a tolerância como a atitude de respeito e de disponibilidade para dialogar e confrontar as evidências disponíveis para daí retirar as convenientes conclusões.
Esta atitude é assumida em perfeita sintonia com o que a própria Bíblia declara sobre si mesma e o que o próprio Cristo declarou acerca das mesmas Escrituras.
Claramente se verifica que esta posição dos evangélicos não se coaduna com a posição que a maçonaria parece adoptar em relação aos escritos sagrados de cada e de todas as religiões, neles incluídos a Bíblia.

Entretanto, em toda a literatura maçónica (Ritos York e Escocês), dificilmente se descobre qualquer afirmação acerca da única inspiração verbal ou da autoridade soberana da Escritura. Sem excepção, os autores fazem questão de insistir que a Bíblia é apenas um livro sagrado, usado como metáfora da vontade divina e da lei natural. Embora na prática de certas lojas maçónicas a Bíblia seja mais honrada, na Coil’s Masonic Encyclopedia, como notado antes, a obra mais autorizada na América do Norte, lemos:
A opinião maçónica prevalecente é a de que a Bíblia é apenas um símbolo da Vontade, Lei ou revelação Divina, e não que seu conteúdo seja a Lei Divina, inspirada ou revelada. Até hoje, nenhuma autoridade tem mantido que um maçom deve acreditar na Bíblia ou em qualquer parte dela.
(Maçonaria e Fé Cristã; J. Scott Horrell; Mundo Cristão; pp. 64)

Nogueira Filho expressa o que parece ser a posição normativa no Brasil:
A Bíblia (...) é um dos grandes Luzeiros da Maçonaria. Ela, inclusive, combinada com a tradição do Nome Inefável ou Palavra Perdida o nome secreto de Deus na maçonaria, tem uma significação muito profunda. Também o são, para a maçonaria de outros povos, o Alcorão, o Zenda Avesta, os Vedas, o Talmud, a Bhagavad Gita, porque estão em seus países nos templos maçónicos em lugar de destaque. (...) A maçonaria une os irmãos de diferentes línguas, que professam credos diversos, tendo por objectivo comum, a todos eles, o aperfeiçoamento moral, espiritual, do homem, religando sic (daí o termo religar do latim re-ligare) com o ente Supremo (...) qualquer que seja a forma pela qual seja concebido.
(Maçonaria e Fé Cristã; J. Scott Horrell; Mundo Cristão; pp. 64)

Os livros sagrados das principais religiões – junto com as suas doutrinas, teologias e credos – pertencem apenas à religião formal, meras expressões externas de certas verdades universais. Sendo “cascas”, os ensinos e crenças específicas de religiões são culturais, mutáveis e falíveis. Ou seja, conforme autoridades maçónicas, a Bíblia reflecte algo maior e mais profundo do que a fé cristã, a interpretação apenas superficial do texto sagrado.
Naturalmente, sendo mero símbolo, a Bíblia precisa de outra hermenêutica ou maneira de interpretação.
(Maçonaria e Fé Cristã; J. Scott Horrell; Mundo Cristão; pp. 65)

Martin Wagner, perito em maçonaria, observa o seguinte:
Todos os maçons eminentes afirmam que existe um véu sobre as Escrituras que, quando removido, torna-as claramente concordes com os ensinamentos maçónicos e em harmonia com outros livros sagrados.
(Maçonaria e Fé Cristã; J. Scott Horrell; Mundo Cristão; pp. 65)

Seja através das interpretações esotéricas da cabala, o misticismo gnóstico judaico, seja através de outras formas de hermenêutica, a Bíblia é reinterpretada para significar o que o escritor maçónico deseja. Quase sempre, a “verdadeira sabedoria antiga” é descoberta no misterioso e oculto, segundo a gnosis, a iluminação, a numerologia e a cabala. Diante do sincretismo religioso que predomina na literatura maçónica, a Bíblia fica subjugada a interpretações diversas por meios místicos e alegóricos.
Por outro lado, ninguém defende uma interpretação objectiva, normal e histórico-gramatical. A Bíblia é aproveitada por sua ética e como símbolo divino, sem encorajar interpretação doutrinária do seu conteúdo. De facto, muitas seitas consideradas heréticas nas igrejas evangélicas são mais fieis ao significado do texto bíblico do que os escritos maçónicos.
(Maçonaria e Fé Cristã; J. Scott Horrell; Mundo Cristão; pp. 66)

DEUS
Uma leitura mesmo superficial da Bíblia e uma apreciação da personalidade e das Suas palavras sobre a Sua própria identidade, não nos deixa margem de manobra para abrirmos qualquer hipótese a uma visão sincrética de Deus a partir de uma leitura humanista da divindade. Veja-se inclusivamente o que acontece com a reacção da própria religião perante a pessoa de Cristo e das Suas reivindicações.
Não nos parece portanto possível conseguir acertar esta compreensão com o que a maçonaria considera.
De acordo com as leituras efectuadas chegámos à conclusão que o pensamento maçónico não pondo em causa a existência de Deus como o Supremo Arquitecto do Universo, entende-o sempre como uma síntese de tudo o que todo o pensamento humano pode dizer ou consegue dizer acerca Dele, ou ainda superando esse mesmo pensamento, mas nunca por nunca ser identificando-o com uma revelação escrita ou pessoal.

O Deus maçónico é denominado G.A.D.U., o Grande Arquitecto do Universo – o Ser Supremo, Criador ou Força Cósmica da existência e preservação. O Landmark n.º 19 proclama: “A negação da crença no G.A.D.U. é um impedimento absoluto e insuperável para a iniciação”. Propositadamente, a definição é ambígua o bastante para englobar todos os conceitos de Deus sustentados pelas religiões não apenas teístas (judaica, cristã e islâmica), mas também as dualistas (taoísta, Zoroastriana) e as panteístas (hindu, budista, gnóstica, espírita). Sem dúvida, no início da história da maçonaria especulativa, as pressuposições eram mais teístas, como continuam sendo para os evangélicos que se envolvem na loja. Ironicamente, foram os reverendos James Anderson e John Desagulliers, elaboradores do primeiro documento denominado Constituições (1723), que promoveram a abertura da maçonaria para todas as crenças e descristianizaram a linguagem maçónica, procurando uma estrutura teológica mais universal. Entretanto, em nível popular, dentro das culturas “cristãs” – cada vez menos, porém – o Grande Arquitecto do Universo continua a ser cultuado como um Ser soberano, inteligente, moral e, em certo sentido, pessoal.
Assim como o velho liberalismo do século XIX, a maçonaria proclama “a paternidade do Pai e a fraternidade do homem”. Semelhantemente, também a essência da religião se define mais por ética do que por qualquer crença em afirmações doutrinárias. Logicamente, tais afirmações já pressupõem uma cosmovisão e uma teologia geral que se encontram expressas em muitos escritos, como no Dicionário de Gervásio de Figueiredo:
Não obstante a imensa diversidade de seus cultos externos, todas as religiões apresentam uma base comum em seus internos princípios morais, filosóficos e místicos. Com efeito, o estudo comparativo das religiões demonstra serem idênticos os seus ensinamentos fundamentais sobre a Divindade, o homem, o universo, a vida futura, porém adaptados à época e ao povo a que se destinaram (...) Seus imortais fundadores foram todos Mensageiros da Verdade única, que deram à humanidade seu evangelho de União e Fraternidade, para que através do Amor as almas se religuem entre si e ao Supremo. Todos eles foram unânimes em proclamar a Paternidade de Deus e a Fraternidade dos homens. Tal foi, em essência, a mensagem de Vyâsa, Hermes Trismegisto, Zarathustra, Orfeu, Krishna, Moisés, Pitágoras, Platão, Cristo, Maomet e outros.
No seu Introduction to Freemasonry (Introdução à Maçonaria), de três volumes, Carl Claudy declara que, quanto a Deus, o maçom pode chamá-lo como quiser, pensar dele como desejar; fazer dele uma lei impessoal ou um Deus pessoal e antropomórfico. A franco-maçonaria não se importa (...) Deus, o Grande Arquitecto do Universo, Grande Artífice, Grande Mestre da Grande Loja Celestial, Jeová, Alá, Buda, Brama, Vishnu, shiva, ou o Grande Geómetra (...).
Assim, por um lado, o conceito de Deus nos escritos da maçonaria é uma mistura de tudo: de gnosticismo, druidismo, luciferianismo, hinduísmo, taoísmo, zoroastrismo, iluminismo, cristianismo liberal e Nova Era. Mackey declara:
A religião da maçonaria é cosmopolita e universal (...) “Esteja certo”, diz Godfrey Higgins, “de que Deus está igualmente presente com o piedoso hindu no templo, o judeu na sinagoga, o muçulmano na mesquita e o cristão na igreja”.
O antagonista da fé cristã, Albert Pike, até faz a cínica observação de que:
O Deus de noventa e cinco por cento do mundo cristão é apenas Baal, Moloque, Zeus – ou, na melhor das hipóteses – Osíris, Mithas ou Adonai, sob outro nome, adorado através das antigas cerimónias pagãs e fórmulas ritualistas.
À primeira vista, então, a maçonaria se esforça por englobar todos os conceitos de Deus.
(Maçonaria e Fé Cristã; J. Scott Horrell; Mundo Cristão; pp. 69)

Infelizmente, a representação de um Deus universal que une todo o homem através de uma ética fraternal – popular no romantismo optimista dos séculos XVIII e XIX – ignora um facto patente: o conceito que se tem de Deus determina a ética. De facto, o conceito que se tem do Ser supremo (ou ausência dele) estrutura, em boa parte, a cosmovisão inteira, isto é, como se entende o universo e o lugar do homem.
É impossível unificar as definições mais variadas de Deus em torno de uma ética fraternalista. Simplesmente não combinam o pacifismo social do hindu (já que Brama engloba em si todo bem e mal), a ética vindicativa do muçulmano (pois o solitário Alá pode julgar, mas dificilmente perdoar) e o amor auto-sacrifical do cristão (reflectindo a Santa Trindade que entregou o Filho para satisfazer o castigo do pecado e restaurar o homem consigo). Como muitos eruditos têm destacado, tais conceitos conflitantes de Deus jamais se unirão ao redor do lema da paternidade de Deus e da fraternidade do homem. Suspeitamos que, justamente por ser sincretista, a maçonaria apresenta um conceito distinto de Deus que, de facto, contradiz quase todas as teologias das outras religiões mundiais. Quanto à fé cristã, Wagner conclui que: “Esse Grande Arquitecto concebido pelos maçons não é idêntico ao Jeová do cristianismo, mas (...) é uma entidade diferente e distinta”.
(Maçonaria e Fé Cristã; J. Scott Horrell; Mundo Cristão; pp. 72)

Talvez uma das acusações mais fortes contra a loja seja a seguinte: no grau do Real Arco do Rito de York, quando o maçom supostamente encontra a Arca da Aliança perdida nas ruínas do templo salomónico, descobre o verdadeiro nome de Deus como sendo JABULOM. Tal nome, conforme o próprio Coil e vários outros escritores maçónicos, é uma associação de Jahweh (Jeová do Antigo Testamento), Ba’al ou Bel (o deus cananita) e Om (Osíris, o deus-sol do Egipto) – o que um autor chama de “Não-Santíssima Trindade). Outros observam que, no Rito Escocês, no 17º Grau dos Conselhos de Cavaleiros do Oriente e do Ocidente, há também a “palavra sagrada”, Abadom; este nome divino na maçonaria é o nome do rei (ou anjo) do abismo em Apocalipse 9:11 – tradicionalmente ligado a Satanás. Por outro lado, os maçons cristãos e outros discutem esses significados, e dificilmente se pode afirmar que todos os maçons aceitam tais nomes como sendo os do verdadeiro Deus – de facto, alguns maçons nunca ouviram tais nomes. Mas quaisquer que sejam as conclusões do leitor, o facto de a maçonaria denominar-se a única possuidora do verdadeiro nome de Deus já é alarmante.
(Maçonaria e Fé Cristã; J. Scott Horrell; Mundo Cristão; pp. 73)

Por trás do pluralismo religioso na loja maçónica, existe uma crença fundamental, já implícita em várias citações acima, aqui articulada por Joseph Fort Newton e Nicola Aslan:
Pois a Maçonaria sabe o que muitos outros esquecem, que as religiões são muitas, mas a Religião é uma (...) Por esta razão, ela maçonaria convida ao seu altar os homens de todas as crenças, sabendo que, ainda que eles usem nomes diferentes para o Único sem-nome mas de cem nomes, eles estão orando ao único Deus e pai de todos.
(...) é absolutamente necessário fazer abstracção de todo fanatismo e, de todo preconceito religioso ou anti-religioso, posto que estas veneráveis tradições são os “ecos” dos velhos dados da antiga ciência dos Iniciadores, tão intimamente ligadas, então, às Religiões que é quase impossível separá-las de sua Mãe.
(Maçonaria e Fé Cristã; J. Scott Horrell; Mundo Cristão; pp. 73)

Enfim, o G.A.D.U. é o Deus buscado e manifestado por todas as grandes religiões do mundo.
(Maçonaria e Fé Cristã; J. Scott Horrell; Mundo Cristão; pp. 74)

Em um recente documentário, Robert A. Morey, um autor bastante objectivo e, em certos pontos, simpatizante da maçonaria, declara o seguinte:
Centenas de livros maçónicos que atacam o cristianismo e ensinam abertamente o paganismo são publicados, apoiados e recomendados por altos oficiais, lojas estaduais e supremos conselhos. É-nos dito que isso é adequado, porque a Ordem deve ser universal em seu apelo, e cada maçom pode interpretar a palavra “Deus” e os símbolos da confraria da maneira como quiser.
Entretanto, quando um cristão maçom procura oferecer uma interpretação cristã dos rituais e símbolos da confraria, ele é proibido de assim o fazer! (...)
Para cada escritor maçom que diz que a maçonaria não é uma religião, há cinco escritores maçons que afirmam que ela é uma religião pagã (...) todos eles concordam que o cristianismo está errado e seus ensinamentos não devem ser permitidos na loja. (...)
Se a maçonaria continuar na direcção em que ela parece estar indo, então os cristãos maçons devem abandonar a Ordem, porque ela vem se tornando uma religião pagã, ocultista e hostil ao cristianismo.
Concluímos que, conquanto alguns indivíduos e até certas lojas locais sustentam uma definição da divindade mais próxima do cristianismo histórico, a maioria ignora ou rejeita a perspectiva bíblica de Deus. Dificilmente se pode negar que, nas águas turvas do ritual e dos símbolos maçónicos, haja implicações sinistras sobre o entendimento de Deus para o cristão verdadeiro.
(Maçonaria e Fé Cristã; J. Scott Horrell; Mundo Cristão; pp. 75)

JESUS CRISTO
Na mesma linha de sequência a ideia acerca de Jesus Cristo difere substancialmente dentro da maçonaria e do cristianismo evangélico. Enquanto que para os evangélicos Jesus Cristo é Deus encarnado, Deus e Homem unidos na mesma pessoa, numa demonstração da pessoalidade divina, distinta da criação e voltada para ela, segundo o pensamento maçónico e ao que nos dado perceber, Jesus Cristo é um entre muitos outros líderes religiosos, profetas e mestres de moral e ética.

Quando se procuram referências, até nas próprias citações bíblicas, das cerimónias maçónicas sobre Jesus Cristo, a cruz ou outros ensinos especificamente cristãos, percebe-se logo que todas foram omitidas, extraídas do contexto. Embora as reuniões maçónicas incluam a oração, é absolutamente proibido orar no nome de Jesus.
(Maçonaria e Fé Cristã; J. Scott Horrell; Mundo Cristão; pp. 79)

Por um lado, a divindade de Cristo é redefinida, se não negada. Por outro, pelo menos por algumas autoridades, a divinização do homem é afirmada.
(Maçonaria e Fé Cristã; J. Scott Horrell; Mundo Cristão; pp. 80)

Ele se torna apenas “um grande mestre de moralidade” ou protótipo de divinização – algo corroborado por vários outros importantes autores maçons.
(Maçonaria e Fé Cristã; J. Scott Horrell; Mundo Cristão; pp. 81)

“Encontramo-nos neste dia para comemorar a morte de nosso ‘Sapientíssimo e Perfeito Mestre’, não como inspirado ou divino, pois isto não compete a nós decidir, mas como pelo menos o maior dos apóstolos da humanidade”.
(Maçonaria e Fé Cristã; J. Scott Horrell; Mundo Cristão; pp. 82)

Para nós cristãos evangélicos não é possível sustentar que Jesus é um mestre de moral, salientar a Sua bondade e ao mesmo tempo negar a Sua divindade.

As opiniões populares sobre Jesus podem ser reduzidas a apenas duas: ou Ele foi Deus em forma humana ou foi simplesmente um homem bom. Uma delas não pode ser verdadeira. É impossível vê-lo como um homem bom, se Ele não for o Filho de Deus, pois foi isso precisamente que Ele alegou ser. Se Ele não era Deus, mas alegou ser, então não pode ser bom; Ele seria ou louco ou um grande mentiroso.
(Tim LaHaye; Um Homem Chamado Jesus; UP; pp. 71)

Mesmo assim, os próprios evangelhos apresentam o mistério da identidade dual de Jesus: Como esse judeu, galileu, com uma família e uma cidade natal, chegou a ser adorado como o “Próprio Deus do Próprio Deus”? Simples: leia os evangelhos, especialmente João. Jesus aceitou a adoração de Pedro prostrado. Para um homem aleijado, para uma mulher adúltera e para muitos outros ele disse imperativamente: “Perdoo os teus pecados”. Para Jerusalém ele observou: “... eu vos envio profetas, sábios e escribas”, como se ele não fosse um rabi diante deles, mas o Deus soberano da história. Quando foi desafiado, Jesus respondeu rudemente: “Eu e o Pai somos um”. “... antes que Abraão nascesse, eu sou!”, ele disse noutra ocasião, pronunciando a sagrada palavra hebraica em referência a Deus, caso não compreendessem. Os judeus devotos não deixaram de entender; diversas vezes pegaram em pedras para puni-lo por blasfémia.
As reivindicações audaciosas de Jesus acerca de si mesmo apresentam o que pode ser o problema central de toda a história, o divisor de águas entre o cristianismo e as demais religiões. Embora os muçulmanos e cada vez mais judeus respeitem Jesus como um grande professor e profeta, nenhum muçulmano pode imaginar Maomé reivindicando ser Alá, como também nenhum judeu pode imaginar Moisés proclamando ser Iavé. De modo igual, os hindus crêem em muitas encarnações, mas em nenhuma Encarnação, enquanto os budistas não têm categorias nas quais possam conceber um Deus soberano.
Poderiam os discípulos de Jesus ter feito acréscimos aos ensinamentos dele para incluir tais reivindicações atrevidas como parte de uma conspiração para lançar uma nova religião? Improvável. Os discípulos, conforme vimos, eram conspiradores incapazes, e de facto os evangelhos os retractam resistentes à própria ideia da divindade de Jesus. Cada discípulo, afinal, pertencia à raça mais ferozmente monoteísta da terra. Até na última noite de Jesus com eles, depois de terem ouvido as reivindicações e visto todos os milagres, um deles perguntou ao Mestre: “Senhor, mostra-nos o Pai”. Eles ainda não conseguiam assimilar. Jesus nunca foi mais explícito do que na sua resposta: “Quem me vê a mim, vê o Pai”.
(Philip Yancey; O Jesus que Eu Nunca Conheci; Vida; pp. 283)

Se Jesus não é Deus, então ele está gravemente iludido.
C. S. Lewis frisou essa visão com força. “A discrepância entre a profundeza e a sanidade e (deixem-me acrescentar) a sagacidade de seus ensinamentos morais e a desenfreada megalomania que devia jazer por trás de seus ensinamentos teológicos, a não ser que ele seja realmente Deus, nunca foi satisfatoriamente resolvida”, ele escreves em Miracles (Milagres). Lewis expôs o argumento de maneira mais colorida numa famosa passagem de Cristianismo Puro e Simples: “Um homem que foi simplesmente um homem e disse o tipo de coisas que Jesus disse não seria um grande professor de moral. Seria um lunático – do nível do homem que diz que é um ovo escaldado – ou seria o diabo em pessoa. Você precisa escolher. Ou esse homem foi, e é, o Filho de Deus; ou foi um louco ou coisa pior”.
(Philip Yancey; O Jesus que Eu Nunca Conheci; Vida; pp. 284)

Todos nós pecamos. Mas a última questão refere-se ao Filho de Deus. E quanto a ele? Ele é o Senhor? É o Filho de Deus? Ele morreu na cruz pelos pecados de toda a humanidade? Ressuscitou dos mortos depois de três dias? Será que ele é realmente o Salvador e Senhor? Ou será um maluco, uma fraude, uma mentira?
C. S. Lewis disse que “um homem que fosse apenas um homem comum e tivesse dito todas as coisas que Jesus disse não seria um maravilhoso professor de conduta. Seria, ao contrário, um lunático ou, talvez, um demónio do inferno”. Cada um de nós precisa fazer uma escolha: acreditar que este homem era – e é – o Filho de Deus, ou crer que ele foi um louco ou coisa pior.
“Espere aí”, você pode estar dizendo. “Eu não o rejeito; ao contrário, o admiro”. Mas Jesus não disse: “Tenham admiração por mim”. Ele disse: “Sigam-me”. E, para ser bem honesto, não creio que ele goste do comentário das pessoas, classificando-o simplesmente como um líder humanitário e defensor da boa moral.
(Greg Laurie; O Sentido da Vida; Mundo Cristão; pp. 99)

Tomo de empréstimo uma frase de H. Richard Niebuhr, que diz que Jesus é a Pedra de Roseta da fé, cuja existência explica tudo o que ocorrera antes.
O Antigo Testamento conta a história da criação e da queda, depois os esforços incansáveis de Deus para edificar uma nação a partir dos escombros do fracasso humano. O Novo Testamento mantém a trama básica intacta, mas reinterpreta a moral da história. Identifica Jesus com o “descendente da mulher” prometido no jardim do Éden, e então o vincula a outras personagens centrais: o “Segundo Adão”, o “Filho de Abraão”, o “Filho de Davi”.
(Philip Yancey; A Bíblia que Jesus Lia; Editora Vida; pp. 192)

Durante aquela nesga de tempo conhecida como encarnação, Deus experimentou o que é um ser humano. Em 33 anos na terra o Filho de Deus aprendeu acerca da pobreza e das discussões familiares, da rejeição social, do abuso verbal e da traição. Ele aprendeu, também, acerca da dor. Aprendeu como é quando um acusador deixa imprimidos em vermelho os dedos em seu rosto. Como é quando um açoite com pontas de metal é solto em suas costas. Como é quando um prego grosseiro de ferro é introduzido perspassando músculos, tendões e ossos. Na terra, o Filho de Deus “aprendeu” tudo isso.
O carácter de Deus não permitia a opção de simplesmente declarar acerca deste planeta defeituoso: “Não tem importância”. O Filho de Deus teve de encontrar-se com o mal pessoalmente de um modo em que a divindade perfeita jamais o havia antes encontrado. Ele teve de perdoar o pecado assumindo o nosso pecado. Teve de derrotar a morte morrendo. Teve de aprender a simpatizar com os seres humanos tornando-se um deles. O autor de Hebreus conta que Jesus se tornou para nós um advogado “compassivo”. Existe apenas uma maneira de aprender a condoer-se ou simpatizar, conforme o significado das raízes gregas da palavra, syn pathos, “sentir ou sofrer junto”.
(Philip Yancey; O Jesus que Eu Nunca Conheci; Vida; pp. 293)

Um dia, alguém me disse: “Jesus foi simplesmente um homem como nós; foi o fundador duma religião, nada mais.” Eu respondi: “Certamente não estamos a falar da mesma pessoa. Eu estou a falar daquele que disse: “Vós sois de baixo; eu sou de cima.” A pessoa a que me refiro é o Filho do Deus vivo, o único, o ser extraordinário que veio ao nosso pobre, perdido e amaldiçoado mundo.”
(Wilhelm Busch; Jesus Nosso Destino; Núcleo; pp. 152)

O cristão é uma pessoa que pode dizer no íntimo do seu ser: “Eu creio que Jesus Cristo – verdadeiro Deus, gerado pelo Pai desde a eternidade, mas também verdadeiro homem de verdadeiro homem, nascido da virgem Maria – é o meu Senhor, e foi ele que me salvou, a mim, pobre pecador perdido e condenado.”
(Wilhelm Busch; Jesus Nosso Destino; Núcleo; pp. 112)

Agrada-nos aqui registar o pensamento do psiquiatra Augusto Jorge Cury, no seu recente livro “A Inteligência de Jesus Cristo”, quando depois de salientar que “a personalidade de Cristo é “inconstrutível” pela imaginação humana” (A Análise da Inteligência de Cristo; Augusto Jorge Cury; Paulinas; pp. 31), acaba por reconhecer que “(...) Cristo gostava de dizer que era filho do homem. Ele apreciava a sua condição humana, porém em alguns momentos, aquele homem mostrava uma outra face, por meio da qual reivindicava a sua divindade.” (Análise da Inteligência de Cristo; Augusto Jorge Cury; Paulinas; pp. 112) E tudo isto torna-se para nós ainda mais significativo quando a análise é feita não do ponto de vista religioso ou teológico, mas do ponto de vista do cientista da mente, da psiquiatria, começando o autor por reconhecer as suas origens ateias: “psiquiatra, de origem multirracial (ítalo-judia, espanhola e árabe), por ter sido um ateu céptico e por ser um pesquisador que sempre se interessou por estudar os enigmas da mente”. (Análise da Inteligência de Cristo; Augusto Jorge Cury; Paulinas; pp. 112)

Quando Cristo disse que era o caminho, a verdade e a vida, foi tão perturbador que se identificou como a própria verdade essencial, como a própria essência da vida. Ele não disse que possuía a verdade académica, ou seja, que possuía um conjunto de conhecimentos, de ideias e de pensamentos verdadeiros, mas sim que Ele mesmo era o caminho que conduz à fonte da verdade essencial, o caminho que atinge a própria essência da vida. Que vida era essa? A vida eterna, infindável e inesgotável, que ele afirmava possuir.
Ao dizer tais palavras, posicionou-se como alguém que possuía uma natureza que estava além dos limites do que é propriamente humano. Ele posicionou-se como filho de Deus, como autor da existência, como arquitecto da vida ou qualquer outro nome que se possa dar. O seu discurso foi impressionante.
(...) Cristo gostava de dizer que era filho do homem. Ele apreciava a sua condição humana, porém em alguns momentos, aquele homem mostrava uma outra face, por meio da qual reivindicava a sua divindade.
Como seres humanos, temos diversos limites. Ninguém pode dizer de si mesmo que é “o caminho, a verdade e a vida”. Ninguém que é meramente humano, mortal e finito pode dizer que possui em si mesmo a eternidade. Somos todos finitos fisicamente. Somos todos limitados temporal e espacialmente. Como pode uma pequena gota reivindicar ser uma fonte de água? O que nenhum homem teria coragem de proferir, a não ser que estivesse delirando, Cristo proferiu com a mais incrível eloquência.
(Análise da Inteligência de Cristo; Augusto Jorge Cury; Paulinas; pp. 112)

A SALVAÇÃO
O conceito de salvação através do sacrifício substitutivo de Jesus Cristo é central na teologia e experiência cristã e é uma das marcas distintivas dos evangélicos. A cosmovisão cristã aponta para a criação do homem enquanto imago dei, numa queda e finalmente numa nova criação que apenas é possível pela intervenção divina satisfazendo os Seus próprios padrões de justiça e amor.

“Ora, para que saibais que o Filho do homem tem na terra autoridade para perdoar pecados...” Jesus anunciou aos cépticos, enquanto curava o homem, uma ilustração clara do “menor” servindo o “maior”. Jesus sabia que a disfunção espiritual tem um efeito mais devastador do que qualquer mera enfermidade física. Toda pessoa curada finalmente morre – e então o que acontece? Ele não viera principalmente para curar as células do mundo, mas para curar as almas das pessoas.
(Philip Yancey; O Jesus que Eu Nunca Conheci; Vida; pp. 18)

Pode-se dizer, portanto, que o conceito da substituição está no coração tanto do pecado quanto da salvação. Pois a essência do pecado é o homem substituindo-se a si mesmo por Deus, ao passo que a essência da salvação é Deus substituindo-se a si mesmo pelo homem. O homem declara-se contra Deus e coloca-se onde Deus merece estar; Deus sacrifica-se a si mesmo pelo homem e coloca-se onde o homem merece estar. O homem reivindica prerrogativas que pertencem somente a Deus; Deus aceita penalidades que pertencem ao homem somente.
(John Stott; A Cruz de Cristo; Vida; pp. 144)

Talvez nenhum outro teólogo do século XX tenha visto essa verdade mais claramente, ou a tenha expressado mais vigorosamente, do que Karl Barth. A cristologia, insistia ele, é a chave da doutrina da reconciliação. E cristologia significa confessar que Jesus Cristo, o Mediador, repetiu ele várias vezes, é “o próprio Deus, o próprio homem, e o próprio Deus-homem”. Há, pois, “três aspectos cristológicos” ou “três perspectivas” para a compreensão da expiação. O primeiro é que “em Jesus Cristo temos de ver com o próprio Deus. A reconciliação do homem com Deus acontece quando o próprio Deus activamente intervém”. O segundo é que “em Jesus Cristo temos de ver com o verdadeiro homem... É assim que ele se torna o reconciliador entre Deus e o homem”. O terceiro é que, embora sendo o próprio Deus e o próprio homem, “Jesus Cristo é um. Ele é o Deus-homem”. Somente quando se afirma esse relato bíblico de Jesus Cristo, pode-se compreender a singularidade de seu sacrifício expiador. A iniciativa está “com o próprio Deus eterno, que deu-se a si mesmo em seu Filho para ser homem, e, como homem, tomar sobre si mesmo esta paixão humana... É o Juiz que nesta paixão toma o lugar daqueles que deviam ser julgados, que nesta paixão permite ser julgado em lugar deles”. “A paixão de Jesus Cristo é o juízo de Deus, no qual o próprio Juiz foi julgado”.
(John Stott; A Cruz de Cristo; Vida; pp. 145)

Ainda que não o digamos, com frequência damos a impressão de que preferíamos sofrer o nosso próprio castigo a ter a humilhação de ver a Deus através de Cristo suportá-lo em nosso lugar.
Insistimos em pagar pelo que fizemos. Não podemos suportar a humilhação de reconhecer a nossa bancarrota e permitir que alguém mais pague por nós. A noção de que esse alguém mais possa ser o próprio Deus é demais para nós. Preferimos perecer a arrepender-nos, preferiríamos perder-nos a humilhar-nos.
Além do mais, somente o evangelho exige uma auto-humilhação tão abjecta da nossa parte, pois somente ele ensina a substituição divina como o único meio de salvação. Outras religiões ensinam diferentes formas de auto-salvação. O hinduísmo, por exemplo, faz da recusa em admitir a pecaminosidade uma virtude. Numa prelecção perante o Parlamento de Religiões em Chicago em 1893, o Swami Vivekanda disse: “O hindu recusa-se a chamar-vos pecadores. Vós sois os filhos de Deus; os participantes de bênção imortal, seres santos e perfeitos. Vós, divindades sobre a terra, pecadores? É pecado chamar o homem de pecador. É um libelo sobre a natureza humana.” Além do mais, se for preciso admitir que os seres humanos pecam, então o hinduísmo insiste em que podem salvar-se a si mesmos.
Como disse Brunner: “Todas as outras formas de religião – sem mencionar a filosofia – tentam resolver o problema da culpa à parte da intervenção divinal, e, portanto, chegam a uma conclusão barata. Nelas o homem é poupado da humilhação final de saber que, em vez dele, o Mediador é quem deve levar o castigo. A esse jugo ele não precisa submeter-se. Ele não é deixado totalmente nu.”
Mas não podemos fugir à vergonha de nos apresentarmos nus na presença de Deus. (...)
(John Stott; A Cruz de Cristo; Vida; pp. 146)

O problema não é que as pessoas careçam do conhecimento de Deus, o problema é o que fazemos com esse conhecimento – nós, mesmo os cristãos, mesmo os adeptos de todas as religiões, mesmo os que não têm religião e os que combinam religiões diferentes. Algo está rompido no nosso relacionamento com o Criador. Não estamos onde deveríamos estar em relação a esse Deus que nos fez.
Então a pergunta crucial para todos nós é: o que é que esse Deus exige para corrigir esse relacionamento? Como é que nós – qualquer um de nós, de qualquer cor, língua ou passado religioso – podemos voltar para Deus?
Os cristãos acreditam que Deus revelou o que exige de nós. Primeiro, precisamos reconhecer que somos responsáveis por essa separação, pois deliberadamente nos rebelamos contra o nosso Criador. Não podemos reparar o dano. Não podemos – por mais que queiramos, por mais que tentemos – consertar as coisas. Se de facto se fizer algo a respeito dessa separação, quem terá de fazê-lo é o Deus todo-poderoso e omnisciente que ofendemos. Só podemos confiar naquilo que Deus misericordiosamente realizou a fim de reparar as coisas.
Os cristãos acreditam que “Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo, não imputando aos homens os seus pecados” (2 Co 5:19). O que Deus misericordiosamente fez pela humanidade foi terrível para o próprio Deus. Em Jesus ele se tornou humano e ofereceu a sua vida para expiar os pecados da humanidade. “Ele mesmo levou em seu corpo os nossos pecados sobre o madeiro, para que, mortos para os pecados, pudéssemos viver para a justiça; pelas suas feridas fostes sarados” (1 Pe 2:24).
A vós também, que noutro tempo éreis estranhos, e inimigos no entendimento pelas vossas obras más, agora, contudo, vos reconciliou no corpo da sua carne, pela morte, para perante ele vos apresentar santos, e irrepreensíveis, e inculpáveis (Cl 1:21,22)
Os cristãos são chamados de arrogantes por acreditar que Deus só proporcionou ”um único caminho” para que os homens se salvem do pecado. Mas, quando celebramos a ceia e nos lembramos do corpo e do sangue de Jesus, nos fazemos humildes e ficamos espantados – não arrogantes – ao perceber que Deus nos proporcionou esse caminho sem que nós merecêssemos. Ninguém o merece. Só o que podemos fazer é depositar a fé no que Cristo realizou, e convidamos as outras pessoas a fazer o mesmo.
(Dale & Sandy Larsen; Sete Mitos Sobre o Cristianismo; Vida; pp. 170)

Com base neste único ponto, o cristianismo está à parte de qualquer outra religião no mundo. “Nenhum outro sistema, ideologia, ou religião, proclama o livre perdão e a nova vida a esses que nada têm feito a fim de merecê-los, e que merecem, em vez disso, o juízo”.
Para citar John Macarthur: “No que diz respeito à salvação, há apenas duas religiões que o mundo sempre conheceu, ou sempre conhecerá – a religião humanamente empreendida, que inclui todas as outras espécies de religiões, não importa o nome que tenham”.
Qualquer outra tentativa de aproximação de Deus é um sistema de troca; se eu fizer isto, Deus fará aquilo. Desse modo, sou salvo pelo esforço (o que faço), pelas emoções (o que experimento), ou pelo conhecimento (o que sei).
Ao contrário, o cristianismo não tem ares de negociação. O homem não é o negociador; na verdade, o homem não tem com que negociar.
(Nas Garras da Graça, Max Lucado, Vida, pp. 73)

Aprenda um pouco de teologia. Ela é vital para compreender e apreciar a graça. Nascemos inimigos de Deus. O mesmo pecado que Adão introduziu contaminou toda a raça humana. Ninguém está imune à doença do pecado. E nenhum feito humano pode remover a mancha interna que nos separa de Deus. Em vista de Adão ter pecado, todos pecaram . Isto leva a uma conclusão: Todos precisamos de ajuda. Precisamos de perdão. Precisamos de um Salvador.
(O Despertar da Graça, Charles R. Swindoll, Bompastor, pp. 33)

Deus é perfeito, disseram-me, e não pode tolerar o pecado. O seu carácter requer que ele destrua o pecado sempre que este se manifestar; de forma que sou chamado de inimigo de Deus. Esse facto, com base nos primeiros capítulos de Génesis, é enfatizado no decorrer de toda a Bíblia. Deus não pode ignorar a rebelião; a Sua natureza exige que se faça justiça, e nada que eu possa fazer vai minorar a inflexibilidade deste facto. Eu preciso relacionar-me com ele nos seus termos, e não nos meus.
Mais tarde, aprendi como se realizava essa justiça. Deus a obteve por nós, tornando-Se homem e tomando sobre Si todo o pecado e rebelião que havíamos armazenado contra Ele. O débito da humanidade foi pago, de maneira a custar apenas para Deus, e não para nós que havíamos contraído a dívida. Ao servo que tinha uma dívida milionária, Jesus anunciou: “Está perdoado; você não deve nada”. E a Sua mensagem para o Filho Pródigo foi: “A mesa está posta; venha e participe da festa. O passado pode ser totalmente perdoado; tudo o que interessa é a maneira como você reage ao que Deus ofereceu”.
Mesmo em seu cerne, a parte dura e imutável que não se dobra, o evangelho soa quase como um conto de fadas. “É bom demais para ser verdade”, protestou alguém para George MacDonald. “Não”, replicou ele, “é tão bom que tem que ser verdade”. O caminho de volta para Deus é difícil, simplesmente porque há apenas um caminho.
(As Maravilhas do Corpo; Dr. Paul Brand e Philip Yancey; Vida Nova; pp. 80)

A maçonaria segundo a informação recolhida afasta-se deste pendor e desconhece esta necessidade espiritual, moral e material do homem.

No nível da necessidade espiritual do indivíduo – apesar de muitas instruções moralistas – a maçonaria é marcada por uma ausência total de conceitos de pecado e arrependimento (nem possui tais palavras em seus dicionários). Em vez de separado do G.A.D.U., o homem é visto apenas como imperfeito e não iluminado. Este estado humano é simbolizado pela Pedra Bruta (cubo polígono) que o iniciante recebe no primeiro grau (o Aprendiz), que nos graus seguintes é burilada e polida. Aslan explica: “Símbolo da Idade primitiva sic e, portanto, do homem em estado natural e sem instrução, a Pedra Bruta é a imagem da alma do profano antes de ser instruído nos mistérios maçónicos. Na confraria, o profano ou não-maçom não está perdido, mas apenas encontra-se mais longe de Deus do que os da elite fraternal.
Assim, a ordem maçónica se responsabiliza por construir “o Templo da Humanidade”. A loja torna-se o meio através do qual os homens se auto-aperfeiçoam, procurando “levantar templos à Virtude e cavar masmorras ao vício”. A maçonaria pressupõe essencialmente a natureza boa de cada ser humano, mas esta natureza precisa de um despertamento e de uma iluminação por meio da filosofia da loja. Obviamente, neste quadro antropológico, não há necessidade e nem motivo para a propiciação de pecados mediante a morte de Jesus Cristo na cruz. A maçonaria em termos gerais segue o cristianismo quando afirma a dignidade do homem, mas rejeita a fé cristã quanto à perdição do homem. Logo, implícita ou explicitamente, a maçonaria assume o lugar do Salvador do mundo.
(Maçonaria e Fé Cristã; J. Scott Horrell; Mundo Cristão; pp. 88)

“A maçonaria”, afirma J. S. M. Ward, “ensina que cada homem, por si mesmo, pode desenvolver seu próprio conceito de Deus e, assim, alcançar a salvação. Sem dúvida, a maçonaria promulga a ideia de que, através dos seus próprios esforços, o homem é aperfeiçoado e torna-se aceito perante o G.A.D.U.. A regeneração, ou conversão, é essencialmente um processo da alma humana.
(Maçonaria e Fé Cristã; J. Scott Horrell; Mundo Cristão; pp. 93)

Enquanto alguns expositores da maçonaria falam de uma salvação progressiva que envolve auto-aperfeiçoamento, outros propõem mais um passo importante. Nas palavras de Pike: “Em cada ser humano o Divino e o Humano estão entrelaçados”, e “a maçonaria é a subjugação do Humano pelo Divino que está no homem”. No Brasil, Gervásio de Figueiredo também pressupõe a divindade inata de cada homem: “Deus é a alma de tudo (...) Deus e o mundo são apenas um”.
(Maçonaria e Fé Cristã; J. Scott Horrell; Mundo Cristão; pp. 94)

Na colecção brasileira Biblioteca Maçónica, o Dr. Swindburne Clymer declara: Toda alma deve “efectuar a própria Salvação”. A Salvação pela fé e pela redenção não era ensinada por Jesus, como se interpreta agora, nem essas doutrinas são ensinos das Escrituras esotéricas. Elas são recentes e ignorantes perversões das doutrinas originais. Na Igreja Primitiva, como na Doutrina Secreta, não havia um Cristo só para o mundo, mas sim um Cristo potencial em cada homem. Os teólogos (...) retiraram Cristo do coração de toda a humanidade para deificar Jesus; isso foi para terem um Deus que fosse particularmente deles. A Maçonaria não ensina a Salvação pela fé, mas pela Redenção. Segui os seus degraus, estudai a História como foi ensinada pelos seus maiores Mestres, e não encontrareis nela o ensino dessa doutrina. Julgo francamente que essa doutrina não forma cristãos, mas, sim, criminosos.
(Maçonaria e Fé Cristã; J. Scott Horrell; Mundo Cristão; pp. 95)

No estudo publicado pelo centro evangélico britânico Latimer House, G. C. Moate conclui que “o maçom típico é um deísta pelagiano – isto é, acha que está se tornando aceitável através das suas boas obras diante do seu Deus não especificado”.
(Maçonaria e Fé Cristã; J. Scott Horrell; Mundo Cristão; pp. 96)

VIDA ETERNA
Concluindo os cinco pontos a que fizemos referência e sobre os quais incidiríamos a nossa reflexão abordamos a questão também central na perspectiva evangélica sobre a vida humana que se projecta na eternidade e da qual esperança Cristo nos deu o sinal decisivo ao ressuscitar, tornando-se nas palavras do apóstolo Paulo a base fundamental da fé cristã. “E se Cristo não ressuscitou então a vossa fé é inútil (...)” (1 Coríntios 15:17) O mesmo apóstolo na continuação da exposição sobre a ressurreição acaba por concluir de modo sucinto e objectivo: “E se a nossa esperança em Cristo é unicamente para esta vida, nós somos as pessoas mais miseráveis do mundo.” (1 Coríntios 15:19)
Segundo as leituras que realizámos a propósito do tema que nos prende nesta exposição a ideia da imortalidade da alma distancia-se desta formulação embora esteja presente na maçonaria.

O Landmark n.º 20 declara que de cada maçom “é exigida a crença em uma vida futura”. A imortalidade da alma é uma das doutrinas mais importantes da confraria.
(Maçonaria e Fé Cristã; J. Scott Horrell; Mundo Cristão; pp. 96)

Conforme a literatura maçónica, o conceito da imortalidade da alma aproxima-se mais da ideia de hierarquia espiritual do espiritismo brasileiro, consistindo num sincretismo de diversos elementos religiosos. Procuramos, em vão, nos múltiplos compêndios e dicionários maçónicos mais usados, qualquer referência à separação de Deus devido ao pecado, ao inferno ou mesmo sobre o juízo final. Ou seja, as doutrinas bíblicas que estabelecem a estrutura em que o evangelho de Jesus Cristo faz sentido são inteiramente dispensadas. Cada vez mais, torna-se evidente que a participação do cristão numa irmandade assim é uma negação implícita de tais verdades evangélicas.
(Maçonaria e Fé Cristã; J. Scott Horrell; Mundo Cristão; pp. 97)

CONCLUSÃO
A conclusão possível depois das diferenças aqui apresentadas, a serem de todo em todo autênticas, é a de que não é possível ser maçom sem pôr em causa as bases centrais da fé cristã como elas nos vêm expressas nos evangelhos.

Enfim, apesar de diferenças teológicas, concluímos, junto com a Igreja Católica, as Igrejas Ortodoxas Grega e Russa e as declarações e práticas de dezenas e dezenas de denominações evangélicas – que em suma representam pelo menos noventa por cento da cristandade ao redor do mundo: a fé cristã e a maçonaria são, de facto, mutuamente exclusivas.
(Maçonaria e Fé Cristã; J. Scott Horrell; Mundo Cristão; pp. 133)



Samuel R. Pinheiro


A intervenção acabou por ser feita de improviso seguindo a seguinte estrutura:
• Agradecimentos pelo convite a participar nas jornadas;
• O espírito de diálogo – a importância de conhecer as realidades no contacto directo com os próprios e não por interpostas pessoas que normalmente são geradoras de ruídos e de preconceitos.
• Para os cristãos evangélicos a sua obediência é em relação à Bíblia e a Jesus Cristo que não são colocados em plano de igualdade com qualquer outro livro considerado sagrado e com qualquer outro profeta ou líder religioso. Consideramos tanto a Bíblia como Jesus Cristo únicos.
• A importância dos valores éticos para o homem contemporâneo e para a sociedade de hoje na perspectiva evangélica.
• A questão que nos é colocada por Jesus Cristo sobre se o homem é capaz por si próprio e sozinho conseguir viver de uma forma diferente transformando-se e aperfeiçoando-se a si mesmo. A resposta cristã é a de que o novo nascimento é sobrenatural, é necessária uma transformação operada de cima no interior do homem.
• O outro aspecto que encontramos em Jesus Cristo é que Ele não veio apenas para nos dizer como podemos viver melhor eticamente mas para nos levar a um relacionamento pessoal com Deus, e esse relacionamento é essencial para o novo homem.
• O cristianismo é mais do que um humanismo. Jesus Cristo mostra-nos Deus dentro da história, traz-nos a imagem perdida da criação no próprio Criador. Mostra-nos que Deus não é um Ser ausente e que o homem não é um ser sozinho e que tem de viver errante e perdido em si e no universo. É Deus que vem ao encontro do homem que por si só não O podia alcançar.
• Uma palavra final sobre o apoio dado por maçons na defesa do direito de expressão e na liberdade de culto e de confissão em relação aos cristãos evangélicos em alguns países.


Aspectos considerados à posteriori:
• A questão ética do ponto de vista cristão tem um ponto de partida totalmente distinto, o que a torna essencial e substancialmente diferente: a ética na maçonaria parte do homem e no cristianismo parte de Deus mostrado também como Homem em Jesus Cristo.
• Uma sociedade melhor só poderá ser possível pela intervenção final de Cristo como o Senhor da História.
• Deus é um só mas não é tudo o que sobre Ele se diz e se fala. Ele mesmo falou e se mostrou através de Jesus Cristo. Por muito que custe à mentalidade e cultura humanista de todos os tempos os livros considerados sagrados pelas religiões são diferentes da Bíblia, e todos os profetas que têm existido não se confundem com Jesus Cristo. Com base no texto bíblico não podemos aceitar que todas as religiões sejam igualmente verdadeiras, que os textos dessas religiões tenham valor de revelação, que todas as ideias de deus dessas religiões tenham alguma coisa que ver com o Deus único e que Jesus Cristo se possa equipar ou igualar aos profetas das outras religiões.
• A tolerância não é entendida entre nós como exigindo a aceitação de todas as religiões como verdadeiras, da mesma forma que na política não temos que defender que todas as políticas são igualmente válidas.
• A liberdade é por nós entendida não apenas como o direito de cada um viver como quer, mas de vivermos como Deus quer que vivamos.
• Não consideramos de modo algum o homem como a medida de todas as coisas. Para nós esta medida perfeita e acabada é Jesus Cristo porque ele é simultaneamente Deus e Homem. O Cristianismo é muito mais do que um humanismo. Desconfiamos do humanismo pelo que ele representa e tem representado muitas vezes a divinização do homem de muito má memória quando lembramos os déspotas de todos os tempos que se arrogaram o título de divinos.
• Não consideramos que é dentro do homem que ele encontra o caminho da satisfação, da realização, da purificação, da regeneração, do aperfeiçoamento. Mas, isso sim, que é em e por Jesus Cristo, que tudo isso é alcançado. O homem não pode salvar-se a si mesmo. Ele precisa de um Salvador.
• No nosso entender e segundo as evidências que temos só consideramos que tenha existido entre nós um justo que nos justifica em si mesmo mediante a Sua morte.
• O secretismo, os mistérios e o simbolismo oculto inerentes à Maçonaria originam desconfiança e não estão em sintonia com a transparência própria dos evangélicos. O anonimato dos membros não se enquadra no testemunho público que é requerido por parte dos seguidores de Jesus Cristo independentemente da perseguição de que possam ser alvo (pelo que este argumento não é convincente antes desabona a Maçonaria segundo a perspectiva evangélica).
• Existem na Maçonaria várias obediências (em Portugal chegaram a ser 12). Como evangélicos a nossa obediência única é a Jesus Cristo e à Sua palavra.

[Notícia n.º 2308, inserida em 2003-07-08, lida 6637 vezes.]

Um comentário:

Anônimo disse...

Parabéns pela pesquisa. Suas fontes são boas e seu julgamento lúcido. Sou presbiteriano e, como todo mundo sabe, minha denominação luta (alguns a favor, outros contra) há muito tempo sobre o cristão e a Maçonaria. Particularmente sou contra qualquer comunhão entre o Evangelho e uma sociedade secreta com simbologias religiosa. Mas claro que há sociedades secretas que são aceitáveis (o sexo entre marido e mulher deve ser secreto na instituição chamada casamento e isso vem de Deus!). Contudo, a simbologia (todas as centenas) da Maçonaria é religiosa, não ha como negar.