Inicia-se esta
noite, após o pôr do sol, a festa judaica do Shavuot, ou das
Semanas, ou dos Primeiros Frutos. Amanhã, Domingo, os cristãos
também celebram pelo mundo fora a Festa do Pentecoste, ou o "50º
dia".
Pensa-se muitas
vezes que a festa judaica do Shavuot e que a festa cristã do
Pentecoste têm pouco ou nada em comum. Nada podia estar mais longe da
realidade. As 2 festas são realmente na mesma data, a mesma
celebração, apesar das variadas tradições e uma extensiva interpretação feita do
lado cristão.
Até mesmo o nome
Pentecoste (literalmente, no grego: "o 50º dia") é uma referência a um
dos elementos chave do Shavuot: a contagem dos 50 dias a partir da
Páscoa judaica, conhecido no mundo judaico como "contagem do omer". Tal
como o Shavuot ocorre 50 dias após a Páscoa, o Pentecoste é
também contado exactamente 50 dias depois da Páscoa.
O tema do
Pentecoste é também um tipo de extensão do tema do Shavuot,
que é uma celebração da dádiva da Torah (Palavra de Deus) a Moisés, no
Monte Sinai.
Os cristãos
acreditam que Jesus é a "Palavra encarnada" (João 1:14) e que o
Pentecoste é o momento seguinte à morte e ressurreição quando essa
Palavra foi espiritualmente implantada nos corações dos Seus seguidores.
Faz então algum
sentido os cristãos celebrarem a festa bíblica do Shavuot juntamente
com o Pentecoste?
Claro que sim! O
povo judeu e cristão pode estar juntos na celebração da entrega da Palavra,
ainda que para os primeiros signifique ainda a Palavra escrita em tábuas de
pedra, enquanto que para os cristãos a Palavra já foi escrita em tábuas de
carne, i.e., nos seus corações.
Mas a
coincidência das duas datas é de suprema importância para os cristãos, uma vez
que foi exactamente no dia da Festa do Shavuot, um Domingo (o 50º dia
após o sábado da semana da Páscoa) que Deus visitou o Seu povo em Jerusalém,
constituindo a Sua família espiritual, iniciando uma nova era, a "era do
Espírito", em que o Espírito Santo enviado pelo Messias (em cumprimento da Sua
promessa antes de partir) iria baptizar e habitar todos aqueles homens e
mulheres, de todas as raças, tribos, línguas e nações, formando a Igreja, o
Corpo do Messias Jesus!
Esta festa tão
importante para Israel é também chamada de "Festa das Semanas",
"Festa da Colheita", ou ainda "Festa das Primícias, ou dos
Primeiros Frutos" (Deuteronómio 16:10), uma vez que é nesta época
que os primeiros frutos da terra são recolhidos (leia-se Rute) - simbolizando os
"primeiros frutos" para Cristo, a Sua Igreja, o Seu povo. A próxima
festa em Israel é a Festa das Trombetas, daqui a uns 4 meses, portanto
um extenso período de crescimento e colheita da seara, simbolizando o tempo em
que o Espírito do Eterno Deus está semeando a Palavra (a semente de Deus) nos
corações de milhões de homens e mulheres ao longo destes quase 2 mil anos, até
que se ouça o "toque da Trombeta" de Deus, finalizando assim
este período de sementeira e colheita, quando o Messias recolherá para Si todos
os "escolhidos desde os quatro cantos da terra" e que estará para muito
breve.
O judeu é assim
fruto da Lei dada no Monte Sinai, mas o cristão está em vantagem, uma vez que
tem a Lei implantada no seu coração, foi "visitado" pelo Espírito de Deus no Dia
de Pentecoste, e aguarda o final da colheita, este longo período que
antecede o regresso do Messias Jesus para recolher o Seu "fruto" dos quatro
cantos da terra!
Por isso mesmo,
o cristão deve orar pela salvação dos judeus (Romanos 10:1) , para que eles, que
já foram privilegiados com a primeira visita do Eterno Deus no Monte Sinai,
possam agora também receber a visita do Altíssimo ao Monte Sião, o lugar onde a
nossa história comum se iniciou!
A primeira
Igreja (conhecida como: "Igreja primitiva") era composta exclusivamente de
judeus, mas logo se expandiu por todo o mundo conhecido de então. Foi em
Jerusalém que ela se reuniu nos primeiros anos. Foi sobre Jerusalém que a bênção
veio sobre os judeus. Foi em Jerusalém que a Igreja nasceu.
O cristão e o
judeu nascido de novo, o "judeu messiânico" (crente no Senhor Jesus como
Messias) podem então celebrar juntos o aniversário do seu nascimento comum, na
Igreja, o Corpo do Messias, agora composto de ambos os povos, sem barreiras nem
distinções.
Se há então uma
festa que o cristão deve celebrar é o aniversário da Igreja, nascida há quase 2
mil anos em Jerusalém, no coração dos judeus e agora uma dádiva do Eterno Deus à
humanidade!
Shalom!
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